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O engenheiro de segurança Celso Atienza, ex-presidente da Apaest, nesta nova entrevista, fala da importância das empresas brasileiras terem um sistema de gestão das condições de ambiente nos locais de trabalho. “É preciso entender que proteger o trabalhador é, acima de tudo, proteger a própria empresa”, observa.

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O que falta na maioria das empresas instaladas no País?
Celso Atienza –
 A necessidade inicial é implantar um sistema de gestão das condições de ambiente nos locais de trabalho, que vai reunir medidas administrativas, técnicas e operacionais envolvendo todos os níveis hierárquicos da empresa e definindo as responsabilidades de cada setor. O sistema de gestão deve estabelecer um manual de especificações técnicas sobre as tecnologias utilizadas nos processos operacionais para determinar os riscos que elas podem oferecer. A partir da análise desses processos começa-se a definir os níveis de responsabilidade de cada setor. A engenharia de segurança exerce uma função assessora, que é a de especificação técnica das medidas de proteção coletiva.

Segurança coletiva ou individual?
Celso Atienza –
 A proteção coletiva é sempre prioritária. A proteção individual é em último caso quando não existe nenhuma maneira de eliminar o risco coletivamente. O EPI [equipamento de proteção individual] é algo que você põe diante de uma impossibilidade da engenharia ter um padrão tecnológico. Não podemos partir do individual achando que isso é uma medida de segurança, ela deve ser vista como um complemento, como no caso, por exemplo, de um trabalho feito em altura, onde a rede de proteção coletiva não se dispensa o cinto de segurança, tipo paraquedista. Tivemos o caso fatal na construção da ponte estaiada, na cidade de São Paulo, em 2007. O operário caiu na marginal Pinheiro quando o cinto se rompeu, não tinha rede de proteção. O cinto veio fora de especificação técnica, não houve uma avaliação do fornecedor, era para ser de aço forjado no engate, mas veio ferro fundido que quebrou.

Quando se protege o trabalho a empresa se beneficia, porque estamos numa relação de custo e benefício. Ao proteger o trabalhador vamos diminuir o índice de acidentados e acidentes.

Quando a engenharia de segurança é importante?
Celso Atienza –
 Desde o início de um projeto, já na fase da licitação. Hoje, infelizmente, a inclusão desse profissional é vista como custo, e não investimento. A empresa trata como despesa o que é investimento para proteger o trabalhador e a sociedade. A engenharia de projeto não está preparada para olhar o trabalhador nas suas condições de trabalho. Proteger o trabalhador não é desproteger a empresa, mas é agregar valores a uma empresa. Não se devem buscar culpas, mas criar um equilíbrio onde as partes dialoguem e cheguem a um consenso. As empresas ainda não têm a cultura de incluir um engenheiro de segurança na elaboração inicial do projeto. 

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A APAEST atua na defesa de seus associados, fortalecendo a engenharia de segurança do trabalho, promovendo o desenvolvimento sustentável na comunidade, incluindo a melhoria das condições de trabalho e a preservação do meio ambiente e da integridade física dos trabalhadores.

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