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O incêndio e o vazamento de gás ocorrido no dia 14 de janeiro em um terminal de cargas da empresa Localfrio na cidade do Guarujá, litoral de São Paulo, provocou o vazamento de uma enorme nuvem de fumaça. Os pesquisadores Osório Thomaz e Alex de Oliveira e Oliveira, do Centro de Tecnologias Geoambientais do IPT, compareceram na manhã do dia 15 de janeiro ao local atendendo a uma solicitação do coronel PM José Roberto Rodrigues de Oliveira, secretário-chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Defesa Civil, para auxiliar na avaliação do acidente.


A ideia inicial era que a equipe do IPT realizasse a avaliação do material particulado que estava sendo desprendido no incêndio, de modo a qualificá-lo e permitir a tomada de decisão sobre os riscos oferecidos à população. Ao chegar ao local do incêndio, no entanto, os pesquisadores observaram que o material particulado emitido era desprezível em relação às emissões de névoas e de gases. “Ao estudarmos o ambiente, o Coronel Wagner Bertolini, comandante dos Bombeiros da Região Metropolitana de São Paulo, solicitou a nossa ajuda na forma de consultoria técnica na busca de soluções para o ataque ao incêndio com a minimização do desprendimento de gases tóxicos”, explica Thomaz. Os dois pesquisadores passaram a atuar diretamente com os bombeiros na busca de uma solução para o problema.

Uma fumaça esverdeada de odor irritante estava se desprendendo de um dos contêineres e a suspeita era de uma possível emissão de gás cloro. “Comunicamos nossa observação ao comando dos bombeiros e da Defesa Civil, expressando a preocupação devido à alta toxicidade da substância”, afirma Thomaz. Para ajudar na solução do problema, a equipe do IPT solicitou a ajuda da epidemiologista e líder do grupo de pesquisa em saúde coletiva da Universidade Cidade de São Paulo, Sônia Regina Pereira de Souza, que havia trabalhado com o IPT como consultora em alguns projetos.

Material usado no experimento em pequena escala para verificar riscos e vantagens do método proposto pela equipe que incluía os técnicos do IPT - ao fundo, pode-se observar a névoa que estava sendo emitida nos contêineres ainda em chamas
 

A especialista encaminhou diversos materiais sobre a principal substancia envolvida (o ácido dicloroisocianúrico sódico) e, a partir da leitura, as equipes concluíram que o desprendimento de cloro seria possível a partir de certas condições que poderiam surgir durante o combate ao incêndio, no caso a umidificação do ácido sob condições redutoras e sob temperaturas acima de 240 ºC. Constatou-se também que a melhor forma de combate ao incêndio seria a utilização de um grande volume de água.

“Enquanto líamos o material, a equipe da Defesa Civil, acompanhada de técnicos da Cetesb, do Ibama, da Localfrio, da Santos Brasil e da Secretaria de Meio Ambiente do Guarujá, chegou na sala em que estávamos estudando e iniciou-se imediatamente uma reunião”, conta ele. Foi tomada então a decisão de ‘rasgar’ a lateral das paredes dos contêineres contendo o ácido e despejá-lo no chão para, em seguida, resfriá-lo com o uso de um canhão de água de alta vazão. Um teste em pequena escala deveria ser conduzido para a verificação da emissão de névoa esverdeada durante o procedimento e, se isto ocorresse, a população em um raio de 500 metros deveria ser evacuada.

O teste foi realizado no começo da noite, após a remoção de outros materiais perigosos que se encontravam nas proximidades do incêndio. Ocorreu somente a emissão de uma pequena quantidade de névoa branca, provavelmente contendo cloretos na forma de ácido clorídrico, que é irritante do sistema respiratório, mas muito menos tóxico em comparação com o gás cloro. O ataque ao incêndio prosseguiu usando-se essa solução para o restante do material tóxico.

“Embora tenha havido consequências para o meio ambiente e para a população das vizinhanças, um mal maior [a emissão de névoas contendo gás claro] foi evitado devido ao esforço conjunto da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, empresas do porto, Secretaria de Meio Ambiente do Guarujá e do IPT”, ressalta Thomaz. “Um aprendizado importante do trabalho foi a utilidade do suporte científico para a Defesa Civil e para o Corpo de Bombeiros. O trabalho em equipe, balizado pela ciência, pode ser eficaz na minimização das consequências em desastres ambientais e no suporte ao heroísmo dos bombeiros e da defesa civil”, conclui ele.

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