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Uma doença do trabalho invisível

Para a pesquisadora da Fundacentro, Thaís Barreira, a LER/Dort tem sido naturalizada. Nos anos 1990, havia campanhas sindicais e uma preocupação em mostrar que esse processo de adoecimento poderia ser interrompido precocemente. Os trabalhadores eram alertados para reconhecer os sintomas que afetavam, principalmente, os membros superiores (mãos, punhos, braços, antebraços, ombros e coluna cervical), como fadiga muscular, alteração da sensibilidade, sensação de peso, perda de controle de movimentos, dificuldade para encostar a ponta de um dedo em outra ponta, formigamento e dor. “Temos que ter atenção para receber as pessoas em seus primeiros estágios para que o adoecimento não se torne irreversível”, alerta Barreira.

Já a tecnologista da Fundacentro Baixada Santista, Juliana Oliveira, destaca os aspectos sociais da LER/Dort: “É uma doença invisível”. Doutora em sociologia pela USP, ela discute hoje, no prédio da Fundacentro em Santos, os problemas que os trabalhadores enfrentam devido a LER/Dort com sindicalistas da região. “Vamos distribuir um kit com publicações da Fundacentro e fazer uma discussão para que eles repliquem essa conscientização entre seus sindicatos e percebam a presença da LER/Dort em sua categoria”, explica Oliveira.

Invisibilidade e naturalização andam lado a lado. “Banalizar a LER/Dort é muito grave. Está se naturalizando a doença como se a sociedade, trabalhadores e empresas nada podem fazer para se contrapor intervindo nas condições de trabalho adoecedoras”, critica Thaís Barreira, que é fisioterapeuta, mestre em Ergonomia e doutora em Políticas Públicas em SST.

Esse tipo de adoecimento está ligado à produção e às condições físico-materiais do posto de trabalho. “Mas se as melhorias materiais em instrumentos, ferramentas e postos de trabalho são insuficientes, ainda não vemos qualquer mudança na organização do trabalho, na pressão por metas de produção que acarretam sobrecarga muscular, fator do trabalho abordado na revisão da NR 17 em 1990, e que perpetua a intensificação do trabalho”, completa a pesquisadora.

Há assim uma disseminação em todas as categorias que têm um trabalho manual intensivo, abrangendo trabalhadores do comércio, de telemarketing, de frigoríficos, da indústria da alimentação, de calçados, bancários, jornalistas, entre outros. Mesmo trabalhadores autônomos que trabalham em casa e intensificam o ritmo para receber uma remuneração melhor são atingidos, desde jornalista freelancer à terceirização em indústrias de calçado e vestuário.

“A pesquisa técnica já demonstrou as fontes que geram o problema. É necessário voltar-se para o aspecto político e mobilizar os atores sociais para uma possibilidade real de prevenção”, acredita Thaís Barreira, que participou do processo de construção da NR-36, norma regulamentadora voltada para os trabalhadores de frigoríficos. A NR abordou questões como a necessidade de pausas no trabalho. Outra norma referência para LER/Dort é a NR 17 sobre ergonomia e seus anexos I (operadores de checkout) e II (teleatendimento e telemarketing). Com informações da Assessoria de Comunicação Social da Fundacentro.

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